quarta-feira, 13 de julho de 2011

Crianças Grandes

    É, não é fácil falar de maturidade. Duvido muito até que eu possa falar dela com propriedade suficiente. Duvido, mas vou tentar de qualquer maneira. O máximo que poderia acontecer é não chegar à conclusão alguma, o que já valeria pela minha boa intenção. Ok, durante a nossa juventude nós vamos passando por trancos e barrancos que vão moldando nossa personalidade. Esta, de vez em quando, acaba ganhando diversos aspectos que não colaboram muito com a boa convivência social. Isso é um fato. Cada um é resultado de sua história, no fim das contas. Freud baseou seu trabalho no princípio de que os comportamentos de tenra idade se refletem mais tarde na vida adulta.
    Ainda no ramo da psicologia (mesmo que amadora, no meu caso), dizem os especialistas que a infância dura até os treze anos, por aí. Eu discordo. Se eu pudesse apostar em uma idade para ela acabar, provavelmente diria: nunca. E tenho exemplos para provar. Um governador, a entidade mais representativa de um Estado, disse com a naturalidade de um pré-adolescente que se pudesse correria atrás de um ministro o qual não é muito simpático e o estupraria. O primeiro-ministro de um dos países mais ricos do mundo chamou uma concorrente política dos pejorativos adjetivos de ‘feia’ e ‘burra’, de cair o queixo de qualquer ‘tia’ de creche. Até no maior clássico futebolístico de um Estado é preciso fazer uma mobilização pela paz para os torcedores dos dois times, porque sempre que podem eles brigam. Por causa de futebol, pelo amor de Deus.
    Só pra deixar claro. Citar esses exemplos certamente não me faz melhor ou mais evoluído do que ninguém, por mais que a arrogância contida diga que sim. Apenas me permitiu encontrar uma conclusão que eu pensei sinceramente que não encontraria. A frase velha e surrada de que ‘existe uma criança dentro de cada um de nós’ não se aplica. Existe, isso sim, um adulto escondido dentro de cada um, que tenta controlar as burradas que fazemos dia após dia impulsivamente, quase obsessivamente. Quando, na nossa suposta altivez, nos esbarramos em pequenos obstáculos, típica situação de quem cresceu fisicamente, mas ainda não se deu conta disso completamente. Falar e fazer o que dá vontade, para mais tarde tentar passar uma borracha e dizer um constrangido e quase obrigatório “Desculpa” é tão familiar para uma pessoa de 60 anos quanto para uma de 5.
    E é por isso que maturidade só é possível de avaliar entre o período de tempo em que damos uma bola fora e aprendemos algo com a situação, que nos faça agir diferente e melhor. Não é a idade que faz caráter, é a atitude. Pois me parece, que quanto mais nos sentimos adultos, completos e no auge de nossa existência, mais predispostos estamos para cometer pueris infantilidades.

                                                                         Fonte: Portal Adolescenter

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