sábado, 4 de junho de 2011

Transtorno Afetivo Bipolar

    O Transtorno Afetivo Bipolar ou Transtorno Bipolar do Humor, até pouco tempo era conhecido por psicose maníaco-depressiva, é caracterizado por oscilações ou mudanças cíclicas de humor. Estas mudanças vão desde oscilações normais, como nos estados de alegria e tristeza, até mudanças patológicas acentuadas e diferentes do normal, como episódios de mania, hipomania (é um estado de euforia mais leve que não compromete tanto a capacidade de funcionamento do paciente), depressão e mistos. É uma doença de grande impacto na vida do paciente, de seus familiares e amigos, causando prejuízos freqüentemente irreparáveis em vários setores da vida do indivíduo, como nas finanças, saúde, reputação, além do sofrimento psicológico. Cerca de 8% da população já sofreu ou sofre deste mal.
    A causa para a doença bipolar do humor não é inteiramente conhecida, assim como os demais distúrbios do humor. Sabe-se que os fatores biológicos (relativos a neurotransmissores cerebrais), genéticos, sociais e psicológicos somam-se no desencadeamento da doença. Em geral, os fatores genéticos e biológicos podem determinar como o indivíduo reage aos estressores psicológicos e sociais, mantendo a normalidade ou desencadeando doença. O transtorno bipolar do humor tem uma importante característica genética, de modo que a tendência familiar à doença pode ser observada. 
    Pode iniciar na infância, geralmente com sintomas como irritabilidade intensa, impulsividade e aparentes “tempestades afetivas”. Um terço dos indivíduos manifestará a doença na adolescência e quase dois terços, até os 19 anos de idade, mas podendo, principalmente em mulheres, aflorar até 50 anos. Raramente começa acima dos 50 anos, quando isso acontece, é importante investigar outras causas.
    As pessoas que possuem o transtorno bipolar no estado mania é comum aparecerem 3 ou mais dos seguintes sintomas sintomas:
- Humor excessivamente animado, exaltado, eufórico, contentamento exagerado sem motivo que o justifique;
- Extrema irritabilidade, impaciência;
- Agitação, inquietação física e mental;
- Aumento de energia, da atividade, começando muitas coisas ao mesmo tempo sem conseguir terminá-las;
- Otimismo e confiança exageradas; 
- Pouca capacidade de julgamento, incapacidade de discernir; 
- Crenças irreais sobre as próprias capacidades ou poderes, acreditando possuir muitos dons ou poderes especiais; 
- Idéias grandiosas;
- Pensamentos acelerados, fala muito rápida, pulando de uma idéia para outra, tagarelice;
- Facilidade em se distrair, incapacidade de se concentrar;
- Comportamento inadequado, provocador, intrometido, agressivo ou de risco;
- Gastos excessivos;
- Desinibição, aumento do contato social, expansividade;
- Aumento do impulso sexual;
- Agressividade;
- Insônia e pouca necessidade de sono;
- Uso de drogas, especialmente cocaína, álcool e soníferos.
    Já o transtorno no estado depressão, que podem ser de intensidade leve, moderada ou grave, é caracterizado quando aparecem alguns destes sintomas:
- Humor melancólico, depressivo;
- Perda de interesse ou prazer em atividades que eram interessantes;
- Sentimentos de tristeza, vazio, aparência chorosa/melancólica;
- Inquietação ou irritabilidade;
- Perda ou aumento exagerados de apetite/peso, mesmo sem estar de dieta;
- Excesso de sono ou incapacidade de dormir;
- Sentir-se ou estar agitado demais ou excessivamente devagar;
- Fadiga ou perda de energia;
- Sentimentos de falta de esperança, culpa excessiva ou pessimismo;
- Dificuldade de concentração, de se lembrar das coisas ou de tomar decisões;
- Pensamentos de morte ou suicídio, planejamento ou tentativas de suicídio;
- Dores ou outros sintomas corporais persistentes, não provocados por doenças ou lesões físicas.
    E no estado misto apresentam os seguintes sintomas:
- Sintomas depressivos e maníacos acentuados acontecendo simultaneamente;
- A pessoa pode sentir-se deprimida pela manhã e progressivamente eufórica com o passar do dia, ou vice-versa;
- Pode ainda apresentar-se agitada, acelerada e ao mesmo tempo queixar-se de angústia, desesperança e idéias de suicídio;
- Os sintomas freqüentemente incluem agitação, insônia e alterações do apetite. Nos casos mais graves, podem haver sintomas psicóticos (alucinações e delírios) e pensamentos suicidas.
    Além das três formas da doença apresentada acima, há mais outras três. Uma primeira forma seria a hipomania, em que também ocorre estado de humor elevado e expansivo, eufórico, mas de forma mais suave. Um episódio hipomaníaco, ao contrário da mania, não é suficientemente grave para causar prejuízo no trabalho ou nas relações sociais, nem para exigir a hospitalização da pessoa. Uma segunda forma de apresentação da doença bipolar do humor seria a ocorrência de episódios mistos, quando em um mesmo dia haveria a alternância entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode chorar, ficar triste, sentindo-se sem valor e sem esperança, e no momento seguinte estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, ou irritada, falante e agressiva. A terceira forma da doença bipolar do humor seria aquela conhecida como transtorno ciclotímico, ou apenas ciclotimia, em que haveria uma alteração crônica e flutuante do humor, marcada por numerosos períodos com sintomas maníacos e numerosos períodos com sintomas depressivos, que se alternariam. Tais sintomas depressivos e maníacos não seriam suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter certeza de se tratar de depressão e de mania, respectivamente. Seria, portanto, facilmente confundida com o jeito de ser da pessoa, marcada por instabilidade do humor.
    O diagnóstico da doença bipolar do humor deve ser feito por um médico psiquiátrico baseado nos sintomas do paciente. Não há exames de imagem ou laboratoriais que auxiliem o diagnóstico.
Como se trata a doença bipolar do humor:
    O tratamento, após o diagnóstico preciso, é medicamentoso, envolvendo uma classe de medicações chamada de estabilizadores do humor, da qual o carbonato de lítio é o mais estudado e o mais usado. A carbamazepina, a oxcarbazepina e o ácido valpróico também se mostram eficazes. Um acompanhamento psiquiátrico deve ser mantido por um longo período, sendo que algumas formas de psicoterapia podem colaborar para o tratamento.

                                                                  Baseado em Fontes do Portal ABC Saúde 

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